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Na maternidade e na vida, existe "o ideal e o que a gente consegue fazer"

Quando o assunto é maternidade e criação de filhos existe "o ideal" e existe "o que dá pra fazer".

"Como assim, Laura?!"

É que diante de tantas recomendações do que é melhor para a criação dos nossos filhos, nem tudo que é o ideal será possível na nossa prática. Então, as vezes, conseguimos, apenas, fazer o que é possivel.

"Mas, Laura! Você que estuda tanto os assuntos da maternidade... Quer dizer que você também não faz tudo conforme as recomendações?"

Não, meus amores. Nem eu e nem ninguém.

Muitas vezes me pego em brigas mentais porque não estou conseguindo seguir alguma recomendação do que é o ideal na prática com os meus filhos. E depois de buscar muito fazer o ideal, eu acabo fazendo apenas o que dá pra eu fazer mesmo...

E por que eu estou falando isso sobre mim?

Porque eu espero que isso ajude a confortar o seu coraçãozinho de mãe que também não está dando conta de tantas demandas do que é o ideal a ser feito.

A gente vive a era da informação. E toda vez que a gente abre o Instagram, vê uma recomendação do que você deveria estar fazendo na criação do seu filho pra que tenha maior sucesso em uma determinada área:

Parto natural humanizado; aleitamento materno exclusivo até 6 meses e complementado até 2 anos ou mais; nada de bicos como chupeta e mamadeira; leite materno ordenhado oferecido sempre no copinho ou colher dosadora; fraldas ecológicas para reduzir o impacto ambiental; tummy time e outros estímulos sensoriais, cognitivos e motores para cada fase do bebê; introdução alimentar aos 6 meses, de preferência com BLW, que estimula a autonomia da criança; açúcar antes de 1 ano, jamais; alimentos somente naturais e não processados; cama compartilhada, mas com atenção a todos os critérios de segurança; criação sempre respeitosa, cuidando para não perder nosso equilíbrio emocional; vacinas sempre em dia, assim como as consultas com Pediatra; não esquecer de dar todos os dias as gotinhas das vitaminas; ah! E lavar o nariz também; nada de telas até 2 anos de idade e, depois disso, até 5 anos, 1 hora de tela ao dia, dos 6 aos 10, 2 horas de tela, seja exemplo e proponha atividades pra criança; passeios frequentes ao ar livre para a criança exercitar o livre brincar; e muitas outras recomendações que seguem pela vida...

Nossa... muita coisa, né?!

Isso porque eu só estou falando do cuidado com a criança. Eu não estou falando dos cuidados com a casa, das demandas profissionais e da necessidades de manter a nossa propria saúde física e emocional...

É muita coisa! E eu não estou dizendo com isso que tudo que falei não é importante. É sim. É tudo muito importante.

Mas quero dizer que, muitas vezes, quase sempre, é humanamente impossível dar conta de tudo. E nem tudo vai sair conforme o ideal. Às vezes vai sair mais ou menos. Às vezes vai sair quase bom. Às vezes vai sair tudo ao contrário do que a gente planejou. E as vezes vai sair maravilhoso também!

E tá tudo bem. As metas, os ideais, servem como referência do que buscar. De como melhorar as taxas de sucesso e como reduzir riscos de complicações. São metas. Metas. A gente olha e se baseia nela pra nortear nossas condutas. Mas nem sempre vamos dar conta de tudo. E, muitas vezes, nos exigir a perfeição, já nos coloca em grande risco de não dar conta de mais nada.

Então, faz assim: estuda, se informa, busca ser melhor a cada dia, tenta se adequar ao que é melhor pro seu filho. Mas se não der conta, não se culpa, não. Faz o que se adequa a sua realidade e da sua família. E tá tudo bem.

E dá aqui um abraço, amiga. Nesse barco da maternidade, a gente segue juntas tentando dar o nosso melhor.

Na maternidade e na vida existe "o ideal" e existe "o que dá pra fazer".

Abre seu coraçãozinho aqui pra mim. Me conta o que te angustia.

Laura Ohana - Doctoralia.com.br