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Para que se estressar tanto educando nossos filhos?

Sim, eu já pratiquei uma educação autoritária com meus filhos. Sim, eu já dei muita bronca gritando e dei palmada também. E eu não me orgulho de nada disso. Eu fiz tudo isso quando eu não sabia que uma boa educação poderia e deveria ser feita de forma diferente. Eu fiz tudo isso quando eu apenas repetia a educação que eu recebi.

Mas eu me orgulho de ter buscado a mudança. De saber que a gente aprende no caminho, erra, acerta, mas se permite estudar e ser cada vez melhor.

Hoje eu percebo que uma educação com respeito é muito mais suave e muito menos cansativa que uma educação autoritária.

Hoje me lembro, com nenhuma saudade, do quanto me deixava exausta tentar fazer meus filhos obedecerem dando ordens e gritando.

Hoje é muito mais leve entender que filhos não precisam "obedecer". Filhos precisam ser compreendidos, orientados e terem suas individualidades respeitadas.

Hoje, com uma filha de 10 anos, um de 7 anos e um bebê de 3 meses, eu pude perceber que a maioria das coisas que a gente se descabela e tem uma pressa enorme de corrigir, vai passar naturalmente com o tempo. Eles crescem, amadurecem, param de repetir aqueles comportamento de criança, e quando a gente vê, eles estão seguindo os caminhos éticos que a gente exemplificou.

Ah! Como é libertador pensar nisso.

A partir daí eu percebi que essa educação autoritária que a sociedade nos cobra, que quer que a gente ensine a todo custo (mesmo que o custo seja a violência física ou psicológica) à criança a se comportar dentro do que gostaríamos que ela fizesse, naquele exato momento em que a gente percebeu o comportamento ruim, nada mais é que dar murro em ponta de faca. Cansa, machuca...

Esperar atitudes maduras de um cérebro imaturo é extremamente frustrante e nos afasta dos nossos filhos, nos gera desilusão. Uma desilusão que vem justamente da ilusão que criamos de que crianças precisam corresponder a nossas expectativas de se comportar como um pequeno adulto.

Nossas crianças ainda vão repetir inúmeras vezes aquela mesma atitude, até amadurecer e mudar de fase.

Calma! Menos! Bem menos! Se conecta com a sua criança. Entende o que ela quer expressar, entende que é um cerebrozinho em formação, acolhe o que ela precisa, e expressa, sem medo, a imensidão do seu amor. E tenha calma. Tudo no seu tempo. Esse comportamento que a gente espera um dia vem.

E quando você olhar pra trás, vai perceber que não perdeu tanto tempo remando contra a correnteza dos caminhos naturais, e aproveitou o percurso pra conectar o seu coração ao do seu pequeno... que quando você menos espera, cresceu.

Laura Ohana - Doctoralia.com.br